2.4.08

Como percebo que algo de estanho se passa no mundo…

Quando ultimamente me interrogo sobre onde andam os homens de que em toda a minha adolescência ouvi falar. Os tais que só queriam era curtir, porque pensar em coisas sérias, casamentos e afins, era coisa de meninas. Não percebo se foram as mãezinhas que lhes fizeram uma lavagem cerebral e agora andam todos armados em moços casadoiros ou se é um vírus que atacou toda uma geração (ou duas ou três). É que juro que ando fartinha da história dos príncipes e princesas, dos tais e das tais, de relações duradouras e por ai fora, coisas que para quem tem dois dedinhos de testa e ainda não chegou aos 30* faz concluir apenas uma de duas coisas: ou estão parvos ou estão-me a puxar o tapete de forma nada discreta. É que é tudo muito bonito, mas à semelhança dos contos de fada, não está out?... Deixo-vos a versão moderna que encontrei aqui e que me fez sentir uma pessoa mais equilibrada (mais que não seja porque há mais gente a pensar o mesmo).

***CONTO DE FADAS PARA SOLTEIRAS DO SÉCULO XXI***
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as regras de protecção ecológica, deparou-se com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: — Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me uma maldição e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, pode transformar-me de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar connosco e tu poderias preparar o nosso jantar, lavar as roupas, limpar o castelo, criar os nossos filhos e iríamos ser felizes para todo o sempre...
Nessa mesma noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas com um cremoso molho de cebola e um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:"Nem morta!"

* Porque de relógios biológicos não percebo nada, faço já a ressalva visto que depois dos 30 não se sabe o que pode acontecer

4 comentários:

Tempus_Fugit disse...

Já tinha estado para comentar, mas o tempo tem sido pouquinho ultimamente.

Se calhar é dos 30, mas acabei por, depois de tanto tempo a querer o lado ligeiro das coisas e o ter tido, achar que qualquer coisa mais que isso deve preencher o vazio que não dá para fingir que não existe em mim...

Sem contos de fadas, sem o casar e ter filhos que parece obrigatório às mentalidades que por aí andam e a mim me soa sempre a novela mexicana.
Mas é cansativo pensar sequer em coisas condenadas á partida ou desprendidas a um ponto que não faça nenhuma das partes sentir-se bem viva.

Não digo que volte a mudar de ideias em relação a isto, já mudei tanta vez por circunstâncias da vida, mas por agora estou assim, e se calhar é dos 30...

Ana disse...

Naturalmente concordo com mt do q escreveste, por isso n deve ser dos 30. Cansa-me pensar em coisas condenadas mas irrita-me ainda mais colocar-lhes rótulos desde o início, partir para as coisas fazendo projecções, perdendo-se o momento e exigindo q obedeça a cânones tradicionais, esquecendo-se o q realmente nos preenche.

Rita disse...

Não é dos 30. Ainda não cheguei lá e concordo convosco. A ideia do príncipe encantado agrada-me, mas numa versão actualizada e à sua própria maneira, sem estipulações e obrigações pré-concebidas.

Ana disse...

A mim aos poucos vai-me soando a qq coisa rídicula. Penso q essas actualizações naturais já exigem uma outra definição, n?