30.7.07

A Cidadela Branca

Orhan Pamuk venceu o Nobel da Literatura em 2006. O que me atraiu desde logo não foi o prémio mas a nacionalidade do escritor.
Numa altura em que tanto se fala da possível integração da Turquia na UE, esta atribuição além de um acontecimento literário foi um acontecimento político, que após uma breve análise conduz-nos à conclusão que de surpreendente não teve nada ou muito pouco, visto tratar-se de um escritor “consensual”, que procura edificar uma ponte entre o Ocidente e o Oriente.

Em A Cidadela Branca, essa ponte também é estabelecida, através do encontro e convivência entre um jovem veneziano e o seu Mestre turco. A questão fulcral desta narrativa é a busca da identidade e da verdade, em que a personalidade de cada um se confunde com o todo. Esta descoberta do individual é por vezes confusa e embora a escrita de Pamuk seja perfeitamente acessível, algumas vezes interrompi a leitura sem grande ânimo em retomá-la, sem me sentir totalmente envolvida nesta busca do eu.

27.7.07

Leve

Muito mais leve. Com a sensação de ter renascido. É como vou de fim de semana.
De forma quase inacreditável (viva Bolonha!) antevejo mais um ano para fazer a tese e sem pagar mais nada. Vamos lá a ver se também é desta que antevejo um comportamento e dedicação exemplares…

25.7.07

Viajar

As mini-férias chegaram ao fim. Foram fantásticas mas naturalmente cansativas, em 4 dias tentei visitar quase tudo. O que faltou conhecer ajuda a justificar uma futura visita ;-) Pois embora ainda nem tenha visto as fotos, já sinto uma pontinha de nostalgia.
Não sei quando nem onde serão as próximas férias, gostava muito de ir a NY pertinho do Natal. Mas por agora a única certeza é a enorme paixão que sinto por viajar e sonhar com futuros destinos.

Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E da ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

20.7.07

Mini-Férias

Amanhã e até 3ª vou passear por aqui...


E vai saber muito bem! ;-)

19.7.07

Um brevíssimo post só para dizer...

Há dias de manhã
em que um homem à tarde
não pode sair à noite
nem voltar de madrugada

Desde colegas que desaparecem a exposições que aterram miraculosamente, hoje o dia está a ser de loucos. Nunca mais é sábado!

Quarteto Fantástico

Ainda não me tinha lembrado desta hiper-reunião, quando voos rasantes me alertaram para o facto de hoje as autoridades policias de Lx estarem mobilizadas para um só acontecimento e desta vez não é futebol!
Trata-se da reunião do quarteto responsável pelo processo de paz israelo-palestiniano. E quem contitui este quarteto? EUA, Rússia, UE e ONU - todos grandes defensores da paz e da tolerância... Se isto não fosse tão triste até teria alguma piada, mais que não seja porque ontem, a propósito deste encontro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Egípcio comentou: "Se adiarmos, poremos em risco tudo o que conseguimos na última década", e que foi exactamente o quê?, e mais, "é importante que as negociações tenham como objectivo chegar a um acordo final", referindo-se ao estatuto de Jerusalém e à definição de fronteiras. Conclusão: entre hoje e amanhã estará resolvido um conflito com mais de 2000 anos de história! Somos mm bons ;)
Divagando um pouco mais... Ontem vi uma reportagem na sic q me agradou, n tenho tempo para escrever sobre o conteúdo mas deixo-vos o poema, pois apesar do sarcasmo sou uma idealista:


As Mãos

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967

17.7.07

Anúncios

Agora que a minha saída daqui já é dada como certa, voltei a consultar vários sites de anúncios, entre eles a BEP. E recordei-me de como é habitual encontrar pérolas como esta:
«Faz-se público que se aceitam candidaturas (...) para admitir 1 trabalhador (jovem à procura do primeiro emprego) em regime de contrato (...) com o seguinte perfil:
a) Licenciatura na área de Ciências Sociais e Humanas;
b) Experiência na área, de preferência em Estabelecimentos de Ensino Superior Público Universitário (...)»
Adoro anúncios cheios de sentido de humor.

16.7.07

Resultados

E pronto, nada de muito surpreendente nos resultados das eleições intercalares. Pelo menos se limitarmos a nossa análise ao candidato mais votado. António Costa teve quase 30% dos votos, venceu, tal como era esperado (o eterno e decadente rotativismo partidário), mas ficou longe da maioria absoluta que desejava, esse recorde coube à abstenção.
Globalmente fiquei relativamente satisfeita com estes resultados. Não por acreditar que agora a Câmara de Lisboa vai ser governada pela esquerda (há mto que o PS é Socialista apenas no nome), mas porque vi a CDU conseguir 2 vereadores, assim como Helena Roseta, e igualmente bom, diria até q é a cereja no topo do bolo, deu-se o afastamento do CDS do executivo.

15.7.07

Festival de Teatro de Almada

Ontem fui ver O Cerejal, num teatro a céu-aberto no âmbito do Festival de Teatro de Almada. Isto de ser a céu-aberto quando o Verão anda tão instável, é sp um risco. O primeiro obsctáculo à minha concentração foi o frio e dp o som... Mas globalmente o balanço deste tipo de iniciativas só pode ser positivo e esta não foi excepção.

«O Cerejal foi a última criação de Anton Tchecov estreada no Teatro de Arte de Moscovo, pouco antes de o autor morrer. No fim do século XIX vivia-se intensamente o progresso industrial e assistia-se a mudanças económicas e sociais profundas. Esta peça reflecte a realidade dessa época e conta a história de uma família da aristocracia confrontada com uma crise financeira que a faz perder a sua propriedade, onde se encontrava um cerejal muito valioso. Neste texto assistimos à passagem inexorável do Tempo, à máquina do Mundo que não pára, e à nova ordem das coisas, à qual é preciso dar resposta

12.7.07

Intercalares

Em vésperas de eleições intercalares em Lisboa, não houve como não associar a caricatura de Bordalo Pinheiro a este espectáculo a que temos vindo a assistir.

Desencantado com a indiferença e o conformismo popular, Rafael Bordalo Pinheiro lançou A Paródia, que viria a ser o seu último jornal, em 17 de Janeiro de 1900, na fase final da Monarquia.
Dedicava particular atenção à vida política e ao quotidiano lisboeta, pondo "a caricatura ao serviço da trizteza pública" revelava o desprezo que começava a sentir pelos jogos políticos e oportunismo extensivo a todos os partidos e instituições nacionais.
Na capa do 1º número apresentou a política nacional como "A grande porca", rodeada de leitõezinhos famintos.

11.7.07

Aquarela

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis rectas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cair num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.

Vai voando, contornando a imensa curva norte e sul
vou com ela viajando o Havai, Pequim ou Istambul
Pinto um barco à vela branco navegando é tanto céu e mar num beijo azul.

Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
E se a gente quiser....... Ele vai pousar.

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América a outra eu consigo passar num segundo
giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo

Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está.

E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
e depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarelade uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá....

Toquinho e Vinícius de Moraes

Adoro! E nesta altura (continuo na mm) soa-me a um hino de esperança.

9.7.07

Fim de Semana - Fui para fora cá dentro

Lamego






Mosteirô



Termas do Carvalhal

S. Pedro do Sul


Viseu




6.7.07

Frida

Se fosse viva, a minha artista favorita, Frida Kahlo, faria hoje 100 anos.

Frida Kahlo, 1907-1954

No ano passado foi possível admirar ao vivo, em Portugal, a sua obra, numa exposição que também reuniu alguns dos seus objectos pessoais e fotografias. Mas isso foi o ano passado, quando o CCB ainda tinha a sua sala de exposições temporárias.

5.7.07

E voltei a ganhar...

Desta vez foi a aprovação da minha candidatura ao Programa Leonardo da Vinci. Foi uma boa notícia mas... E se há um milagre (atendendo a q estou numa Insitituição religiosa acho q posso usar esta expressão) e me contratam no final de Agosto? Ou eles ou a concorrência, q ontem se mostrou interessada... Muitas decisões e pouco tempo para pensar... Mas ir três meses para Madrid parece-me mto bem!


3.7.07

Ganhei, ganhei!

No início do ano, numa rifa de uma escola, ganhei uma garrafa de chivas regal (pedagógico, n é?), agora num jornal, este perfume.

Para homem... Não me considero uma grd feminista, mas já era tempo de me sair algo um pouco mais feminino, n? Mas o que eu queria mesmo era o 4º prémio, uma noite numa das Pousadas de Portugal (foi por pouco, este era o 8º...).

1.7.07

Incertezas

O futuro é absolutamente incerto, sei apenas q lá para o final de Agosto devo entrar em desespero ao ver concluído o meu estágio. Entretanto tenho-me vindo a aperceber de q gostava de ter um restaurante, deixar a História e entregar-me aos prazeres da cozinha talvez nem fosse mau de todo, o único inconveniente talvez seja a crise generalizada que condena qq sonho ao fracasso ainda numa fase embrionária...
Seja como for, vou-me entretendo na minha cozinha. A semana passada foi produtiva em gastronomia internacional, dp do sushi, fajitas de frango. As fotos n estão mto convidativas, mas o sabor garanto q estava fabuloso.



Workshop de Sushi ou Sushi Party II

Repetimos a Sushi Party mas desta vez tive direito a aulas com a Sushiwoman Patrícia, visto q na anterior me tinha limitado a comer mto e bem!
Acho q o resultado n podia ter sido melhor. O q n está a correr mt bem é a minha tentativa de criar um albúm para as fotos, por isso, por agora, vou-me limitar a colocar aqui algumas imagens desse longo jantar, cuja confecção demorou TRÊS horas (sem contar com o tempo para as compras).
O workshop passo a passo:


Cozinhar o arroz especial para sushi (cheio de manias: lavar até mudar de cor, cozinhar sem deixar frever, embrulhar, abanar, arrefecer, moldar... o melhor é só recordar o momento em q se come)


Preparar, cozer e voltar a preparar o camarão


Preparar o peixe (neste caso sem recurso aos utensílios dos verdadeiros especialistas, isto é, sem facas especiais, sem pinças...)


Cortar a fruta (o abacate e a manga) e os pepinos


Preparar uma nova bancada de trabalho e dar início à parte mais divertida (fazer e comer)


"Rechear"


Tcharam!!!

Dp é só comer... e chorar por mais!