18.6.08

Dos camionistas, da bola e do Berardo

Não ter net é sem dúvida das coisas que mais falta me faz. Recentemente também fiquei sem tv cabo, sinceramente ainda mal lhe senti a falta, mas a net... Ocorrem-me dezenas de temas para posts, é nestas alturas em que preciso mesmo de ver o mail de 10 em 10 min e de ir ao site X ou Y, chega a ser doentio.
Consequentemente, nestes momentos quase únicos em que consigo aceder, penso em dezenas de coisas que gostava de ter dito/escrito:
- Os senhores camionistas insurgiram-se e viveram-se horas de pânico, podia ter sido o início a uma guerra civil, não fosse o euro e por isso as preocupações estarem além fronteiras;
- O grande FCP afinal já vai à liga de campeões, aguarda-se a qualquer instante um pedido de desculpas formal e a confirmação de que afinal não há corrupção no futebol (nem no país em geral);
- Confirmou-se também que Marvila é linda (ah ya...) e ganhou as marchas. Eu tb marchei mas foi para casa, este ano os Santos não tiveram sabor (nem cheiro!) a Santos.

E foi entre estes grandes acontecimentos, mais precisamente no dia da raça (eu simpatizo com os rafeiros pulguentos, é a minha raça favorita), que pela primeira vez fui ao Museu Berardo. A minha simpatia pelo okupa Berardo e pela magnífica ideia do governo em ceder aquele espaço já aqui foi expressa (talvez só comparável ao valor da renda do restaurante Eleven, 500 euros, se n estou em erro), e durante mais de um ano não tive grande vontade de ir àquele espaço.
Mas a exposição do Le Corbusier parecia justificar* uma ida até lá e depois os pastéis são mesmo ali ao lado, porque é que não devia ir?
Agora já sei. Porque enquanto lá estive abanei muitas vezes a cabeça e pensei em cif, lixívia, tinta... É um espaço de arte contemporânea, extremamente mal estimado e surpreendemente sujo. Não tenho uma obsessão natural por limpezas, mas não me lembro de ter estado noutro espaço com obras de tão grande prestígio que se encontrasse tão degradado, e o mau aspecto ia para além do chão e das paredes, recordo-me por exemplo de que o único Picasso exposto tinha o vidro rachado. A este cenário já por si mau, acresce o zelo dos seguranças. Numa sala com peças minimalistas vi um segurança dar batuques em algumas delas. Eu confesso que tive vontade de fazer o mesmo na sala dedicada a Pedro Cabrita Reis, esse magnífico artista que abomino e não compreendo, mas ainda assim contive-me.
Ao menos agora posso dizer, baseando-me nas evidências, que o CCB estava bem melhor antes da era Berardo. Não se paga, é um facto, mas isso não justifica o desleixo.

* O que me faz recordar uma conversa a propósito de algumas decisões minhas. apelidadas de fundamentalistas, mas cá está, eu até cedo aos meus próprios "princípios" quando outros interesses se sobrepõem (e mais dia menos dia é bem provável que entre na praça de touros do Campo Pequeno...).

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem! Abaixo os fundamentalismos! Também acho que o país merecia algo melhor que a colecção berardo. Mas também é verdade que temos problemas bem mais graves. E agora que a selecção já não é uma distracção, vamos ter de arranjar outra coisa qualquer para continuarmos a não olhar os problemas de frente. Porque senão ainda podemos chegar à conclusão que estamos num beco sem saída. Amazigh

Ana disse...

N te preocupes q agora o calor já chegou e tem início um novo período de apatia. O único drama vai ser o preço do combustível e das portagens. Assim é difícil a malta rumar a sul!
Mas n estamos bem num beco sem saída, geograficamente falando estamos mais à beira do pricípicio ;-)