4.9.08

Eu sou uma pessoa que sofre dos nervos

Eu aguento relativamente bem as 3 mil notícias por dia sobre assaltos. Depois de ler este post, compreendi melhor o fenómeno, naturalmente já tinha pensado que há aqui um efeito em cadeia, mas não sabia que era uma constatação científica, porque no fundo tinha esperança de que os média estivessem simplesmente a exagerar.
O que é certo é que isto já extrapolou a caixinha mágica. De há uns tempos para cá começou a ser comum ver e ouvir no metro, constantemente, a indicação de algo do tipo: Proteja os seus bens. Cuidado com os carteiristas.
É uma chamada de atenção, parece-me bem.
Mas eu sou atenta ao que me rodeia em todas as circunstâncias e no metro não é excepção.
Ontem, na estação da Alameda, havia a correria habitual da hora de ponta. Comecei por reparar num puto (16 anos no máximo) que me olhava fixamente e inevitavelmente pensei: Não serei um bocado cota para ti? O pensamento congelou quando me apercebi que enquanto olhava para mim brincava com uma ponta e mola. Acelerei o passo e escondi-me entre a multidão.
Num movimento habitual, procurei um dos painéis electrónicos para ver as horas, a mensagem era diferente: ATENÇÃO: CARTEIRISTAS NESTA ESTAÇÃO!
Eu só queria saber as horas e por esta altura já estava a pensar se não me sairia mais económico ir apanhar um táxi. Em pânico, e incrédula com a apatia da multidão, lá me enfiei no metro e já em casa só conseguia pensar que raio de forma de desresponsabilização será esta, em que nos informam que estão a decorrer assaltos num determinado perímetro e nada é feito.
E este não é um relato de quem andou de metro pela primeira vez. É todos os dias. Mas até agora a minha grande preocupação era outra parte do percurso (a linha de Sintra).
Vamos ver até onde o medo nos leva. Eu dei por mim a pensar: ou me despeço e fico trancada em casa, ou tenho que pedir um quarto às chefes. Entre uma opção e outra, venha o diabo e escolha.

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